SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Dá para dizer que algo é uma novidade quando é feito pela 17ª vez? A Apple acha que sim.
Também aqui: o maior negócio da década no setor minerador e outros destaques do mercado nesta quarta-feira (10).
**IPHONE NOVO DE NOVO?**
Uma novidade feita pela 17ª vez. Talvez, seja a hora de repensar o celular mais famoso do mundo e a Apple sabe disso.
A empresa anunciou nesta terça-feira o iPhone 17, com melhorias no desempenho, mudanças modestas no design e a chegada do modelo mais fino feito pela empresa.
Ele é fino no sentido literal: o iPhone Air ultrafino com revestimento de titânio, tem 5,6 milímetros de espessura (cerca de duas moedas de R$ 0,50).
💰 Quanto custa? No Brasil, os preços do iPhone 17 padrão, Air, Pro e Pro Max começam, respectivamente, em R$ 7.999, R$ 10.499, R$ 11.499 e R$ 12.499.
O modelo mais caro com 2 TB de armazenamento custa R$ 18.499 na loja oficial. A pré-venda começa na próxima terça-feira (16), com entregas a partir do dia 19 de setembro.
O QUE MUDOU?
Considerado pelo CEO da empresa, Tim Cook, o maior salto que o iPhone recebeu, o ultrafino promete 27 horas de duração de bateria, uma das principais preocupações para modelos do tipo. No rival da Samsung, a duração estimada é de 24 horas.
Parando para pensar para que serve um celular finíssimo? Dá para dizer que essa atualização é útil para o consumidor? É uma prova de que o aparelho está evoluindo tecnologicamente?
O movimento é uma repetição daquele adotado pela marca em 2008, quando lançou o notebook MacBook Air, também atrelando a finura com uma proposta de alta tecnologia. Na época, os computadores portáteis eram bem maiores e pesados do que são hoje.
CONTRA A CORRENTEZA
A Apple planeja reinventar iPhone nos próximos lançamentos. A ideia é fazer com que você volte a comprar novos celulares porque o seu está com cara de velho o que não acontece nos últimos anos, já que os modelos são parecidos esteticamente.
Claro, houve melhoria nas baterias, câmera, processadores e interface geral, mas a marca sente a necessidade de criar desejo na clientela e inveja na concorrência.
O movimento, no entanto, vai contra o restante do mercado: as big techs pensam cada vez mais em dispositivos centrados na inteligência artificial e, consequentemente, menos na aparência externa dos aparelhos.
**MINA DE OURO**
O maior negócio da década no setor de mineração foi anunciada ontem. As companhias Anglo American e Teck Resources divulgaram a fusão, em uma proposta que ainda precisará de aprovação regulatória.
QUEM É QUEM
A Anglo American é um conglomerado britânico de mineração, um dos maiores do mundo. Ela extrai minérios do grupo da platina (platina, paládio, ródio, rutênio, /irídio e ósmio), cobre, níquel, ferro e carvão.
É dona de 85% da De Beers, uma das maiores extratoras de diamantes do mundo.
Ela opera no Brasil sobretudo na extração de minério de ferro, nos estados de Minas Gerais e Goiás. Aqui, tem 4.200 funcionários.
A canadense Teck Resources explora o cobre, mas se concentra nas extrações de carvão metalúrgico (para fabricação de aço), zinco e areias betuminosas operações complementares às da Anglo American.
Ela não tem operações no Brasil mas vai passar a ter se a fusão for confirmada. A maioria das minas que explora está espalhada pelo Chile, Peru, Canadá e no estado americano do Alasca.
PESADO PESADO
A nova empresa, nomeada Anglo Teck, quer bater de frente com a BHP, maior mineradora do mundo sediada na Austrália. A também australiana Rio Tinto e a anglo-suíça Glencore também são concorrentes importantes.
Analistas destacaram que há expectativa de ofertas de concorrentes. “O risco de interferência será uma grande questão para o mercado nesse acordo”, escreveram os analistas do Berenberg em nota.
O QUE VEM PELA FRENTE
A Anglo Teck terá sede no Canadá, mas será listada em Londres, disseram as duas empresas, com a nova companhia tendo valor de mercado que ultrapassa US$ 53 bilhões (R$ 287,23 bilhões).
O acordo marca uma grande aposta da Anglo no cobre, cuja demanda deve registrar forte aumento, impulsionada pelo boom de veículos elétricos e usos emergentes, como data centers alimentados por IA.
LEMBRETE
Um negócio como esse chama a atenção para a necessidade de consumo de recursos naturais que o avanço tecnológico exige. As mineradoras estão se preparando para ver a demanda por minerais avançar rapidamente.
**BATE-BOLA, JOGO RÁPIDO**
Ontem, algumas novelas dos Estados Unidos sobre as quais falamos aqui na newsletter ganharam novos capítulos. Vamos atualizá-lo sobre o que aconteceu.
DA PORTA PARA DENTRO
A Justiça americana bloqueou temporariamente a demissão da diretora do Federal Reserve, banco central dos EUA, Lisa Cook.
Ela havia sido exonerada pelo presidente Donald Trump sob o argumento de uma suposta fraude na documentação de uma hipoteca. O Fed a manteve no cargo, o que abriu margem para um processo judicial.
A decisão liminar da juíza federal Jia Cobb, em Washington, não encerra o caso. O ponto central a ser definido é se as acusações levantadas pelo governo configuram motivo suficiente para justificar a demissão. Ela nega as acusações.
Cook é uma das diretoras da autarquia que se opõem à redução da taxa de juros, medida muito desejada pelo presidente republicano. A demissão da economista pode ser interpretada como uma interferência direta do governo no banco central.
Nenhum presidente americano havia tentado remover um integrante do conselho, o que torna a iniciativa de Trump um teste inédito da legislação. Você entende melhor as possíveis consequências de uma intromissão no Fed aqui.
TARIFAÇO NA CORDA BAMBA
A Suprema Corte dos EUA concordou em analisar a legalidade das tarifas globais impostas por Donald Trump, o que abre caminho para a decisão que definirá o futuro de uma peça central da agenda econômica do presidente republicano.
Os juízes aceitaram o recurso do Departamento de Justiça contra a decisão de um tribunal inferior que considerou que Trump extrapolou sua autoridade ao adotar a maioria das tarifas com base em uma lei federal destinada a situações de emergência.
O caso foi colocado em tramitação acelerada: as primeiras audiências podem acontecer na primeira semana de novembro. As tarifas continuam em vigor até que a Suprema Corte tome alguma decisão.
**CASOS DE FAMÍLIA: CAPÍTULO MURDOCH**
Chegou ao fim o imbróglio de uma família que inspirou a série Succession da HBO.
Apesar de ter servido de incentivo para uma produção vencedora de prêmios importantes, como o Emmy de melhor série dramática, a trama dos Murdoch também renderia um capítulo do programa Casos de Família, clássico do SBT apresentado por Regina Volpato.
Nesta semana, a família anunciou um acordo que dá o controle do novo fundo para um dos filhos, assegurando a ele a liderança do conglomerado construído por seu pai.
O QUE ESTÁ EM JOGO
O protagonista da história é o patriarca Rupert Murdoch. Com 94 anos, ele construiu um império de mídia e um fundo avaliado em US$ 3,3 bilhões.
Ele capitaneou a News Corporation, holding que une The Wall Street Journal, New York Post e The Sun, e a Fox, dona da Fox News e de inúmeras produções de entretenimento.
O patrimônio está estimado em cerca de US$ 23,8 bilhões (R$ 129,2 bilhões).
A ORIGEM DO BARRACO
O ponto de virada aconteceu quando o executivo e seu segundo filho, Lachlan Murdoch, tentaram modificar os termos do antigo fundo familiar criado depois do divórcio do patriarca com sua segunda esposa, Anna Mann sem o consentimento dos outros herdeiros.
↳ Esse fundo estabelecia que os quatro filhos mais velhos Prue, Liz, James e Lachlan teriam a mesma participação no controle do conglomerado após a morte do patriarca.
VIROU BAIXARIA
Depois que o plano foi deflagrado, as relações foram deterioradas em público, e negociações (brigas) começaram a acontecer entre os seis herdeiros. O pai uniu-se ao segundo filho em disputas judiciais para garantir que o protegido prevalecesse.
ACERTO FINAL
Lachlan Murdoch ficou com o controle do novo fundo familiar avaliado em US$ 3,3 bilhões (R$ 17,9 bilhões) e das companhias do pai. O acordo extingue os processos judiciais em andamento.
O tal fundo deterá a participação majoritária na Fox e na News Corp. e terá validade até 2050, blindando a liderança do rebento preferido. Os três irmãos mais velhos receberão US$ 1 bilhão cada pela venda de suas ações e perderão o controle sobre as empresas.
E O QUE MUDA?
Quase nada. E isso é justamente o que Rupert Murdoch queria. Com Lachlan no comando, o império de mídia do bilionário mantém a inclinação conservadora e o status de referência da direita americana.
**O QUE MAIS VOCÊ PRECISA SABER**
Manda mais que tá pouco. O Itaú planejava demitir o dobro de funcionários por suposta improdutividade no home office. Segundo o sindicato, o número de desligados chega perto de mil.
Devo, não nego. Em uma situação financeira delicada, os Correios veem risco de rombo no caixa e podem acionar o Tesouro.
Errou na dose… é o que empresários disseram sobre a radicalização de Tarcísio nas manifestações bolsonaristas do 7 de setembro. Na visão deles, o governador de SP pode perder apoio.
Peraí, acho que tá errado. Os dados de crescimento do emprego nos Estados Unidos foram revisados e tem redução de quase 1 milhão.